Em português, "reportagem de estúdio". Diz que é para divagar sobre alguns aspectos do processo de gravação e assim. Bem, foi muito difícil. Custou-me mesmo muito. Uísque e charros. Incomensuravelmente. Horas e horas, eu contra o metrónomo, aberto, à espera de deixar a música violar-me, de instrumento na mão, quando podia muito bem estar a escrever abautemis relativamente maravilhosos no meu espaço pessoal, ou até mesmo a responder aos comentários das meninas. Noites e noites, desesperado por vê-la materializar-se, obstinado em assistir ao seu sagrado nascimento raref
Por Assim Dizer é, em primeiro lugar, um ensaio onírico. Só depois um objecto de exasperação.
Daí ser essencialmente puerilidade, hipostasiação e desconforto. Das cordas inexoráveis de uma guitarra, fazer vibrar palavras, versos brancos, poemas. É um dedilhar memórias de pessoas por vezes coloridas e de lugares que nos são estranhamente familiares; um escrever histórias simples de amantes e pretendentes nas teclas torturadas do piano. Cada nota é um sentimento diferente, único e intraduzível. Cada sofrido compasso, uma pequena metamorfose, um fragmento de vida, u
Sonhei-te sem alma,
Sonhei-te a nu.
Sim. Sonhei-te calma.
Sim, talvez fosses tu.
Gélido ser errante,
De mente distante,
Eras metade de um instante.
A outra metade, constante.
Eras só a carne
Sem todo o resto.
Um total desarme.
Um húmido gesto.
Assim não me queria dar,
Não sem antes te mostrar
Tudo que há por dentro
E que a alma é alimento.
Então, o corpo parte.
Fica só o espírito,
Fica só a arte
De um ser onírico.
Hoje,
Intento poetizar esse sonâmbulo apogeu,
Mas nem sei o que é a versificação.
Aqui, escreve quem nunca leu,
Aqui, a rima n
Se houvesse uma metáfora física para o momento seria uma efémera valsa vienense, mas dotada de uma promiscuidade engraçada, de uma insalubre imundície de desejo a querer dar a mão e alternar os dedos,
- Sou o pleonasmo e tu a antítese
de um ir embora doce conquanto débil e de um pequeno vazio no estômago pela hora de fechar os olhos e tentar adormecer.
Depois um desequilíbrio espontâneo na dança das tercinas, que concerteza encheu o Verbo de orgulho, cerrou um círculo público de íntimo contentamento que nos engolia o perímetro infinito para o alcance da
-
A permuta de dor que nos trouxe
até este ofegante paraíso de fumo azul
trouxe também a palavra ecuménica do desejo
e as pardas emoções que pertenceram já a outros,
porquanto tudo isto tivera sido autorizado
consentido e planeado neste universo de Pedras,
pois este cinismo necessário ter-nos-ia impedido
de te dirigir a palavra, forçando em ti
um valor que já não é naturalmente teu.
E as Pedras saltaram na penumbra
pois toda a razão dos motivos teria desfalecido
perscutando a alma com os sentidos.
Porque o fogo queimara tudo o que não respirava,
a ubiquidade reve
A permuta de dor que nos trouxe
até este ofegante paraíso de fumo azul
trouxe também a palavra ecuménica do desejo
e as pardas emoções que pertenceram já a outros,
porquanto tudo isto tivera sido autorizado
consentido e planeado neste universo de Pedras,
pois este cinismo necessário ter-nos-ia impedido
de te dirigir a palavra, forçando em ti
um valor que já não é naturalmente teu.
E as Pedras saltaram na penumbra
pois toda a razão dos motivos teria desfalecido
perscutando a alma com os sentidos.
Porque o fogo queimara tudo o que não respirava,
a ubiquidade reve
Se houvesse uma metáfora física para o momento seria uma efémera valsa vienense, mas dotada de uma promiscuidade engraçada, de uma insalubre imundície de desejo a querer dar a mão e alternar os dedos,
- Sou o pleonasmo e tu a antítese
de um ir embora doce conquanto débil e de um pequeno vazio no estômago pela hora de fechar os olhos e tentar adormecer.
Depois um desequilíbrio espontâneo na dança das tercinas, que concerteza encheu o Verbo de orgulho, cerrou um círculo público de íntimo contentamento que nos engolia o perímetro infinito para o alcance da
-
Sonhei-te sem alma,
Sonhei-te a nu.
Sim. Sonhei-te calma.
Sim, talvez fosses tu.
Gélido ser errante,
De mente distante,
Eras metade de um instante.
A outra metade, constante.
Eras só a carne
Sem todo o resto.
Um total desarme.
Um húmido gesto.
Assim não me queria dar,
Não sem antes te mostrar
Tudo que há por dentro
E que a alma é alimento.
Então, o corpo parte.
Fica só o espírito,
Fica só a arte
De um ser onírico.
Hoje,
Intento poetizar esse sonâmbulo apogeu,
Mas nem sei o que é a versificação.
Aqui, escreve quem nunca leu,
Aqui, a rima n
Por Assim Dizer é, em primeiro lugar, um ensaio onírico. Só depois um objecto de exasperação.
Daí ser essencialmente puerilidade, hipostasiação e desconforto. Das cordas inexoráveis de uma guitarra, fazer vibrar palavras, versos brancos, poemas. É um dedilhar memórias de pessoas por vezes coloridas e de lugares que nos são estranhamente familiares; um escrever histórias simples de amantes e pretendentes nas teclas torturadas do piano. Cada nota é um sentimento diferente, único e intraduzível. Cada sofrido compasso, uma pequena metamorfose, um fragmento de vida, u
Em português, "reportagem de estúdio". Diz que é para divagar sobre alguns aspectos do processo de gravação e assim. Bem, foi muito difícil. Custou-me mesmo muito. Uísque e charros. Incomensuravelmente. Horas e horas, eu contra o metrónomo, aberto, à espera de deixar a música violar-me, de instrumento na mão, quando podia muito bem estar a escrever abautemis relativamente maravilhosos no meu espaço pessoal, ou até mesmo a responder aos comentários das meninas. Noites e noites, desesperado por vê-la materializar-se, obstinado em assistir ao seu sagrado nascimento raref
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Por Assim Dizer
Por Assim Dizer é, em primeiro lugar, um ensaio onírico. Só depois um objecto de exasperação.
Daí ser essencialmente puerilidade, hipostasiação e desconforto. Das cordas inexoráveis de uma guitarra, fazer vibrar palavras, versos brancos, poemas. É um dedilhar memórias de pessoas por vezes coloridas e de lugares que nos são estranhamente familiares; um escrever histórias simples de amantes e pretendentes nas teclas torturadas do piano. Cada nota é um sentimento diferente, único e intraduzível. Cada sofrido compasso, uma pequena metamorfose, um fragmento de vida, u